Ensaio clínico: EMPEROR-Reduced: Empagliflozina no tratamento da insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida (independentemente da presença de diabetes)
Packer et al. N Engl J Med 2020; 383:1413-1424
CONTEXTUALIZAÇÃO
Os inibidores da SGLT-2 (iSGLT2) vieram revolucionar o paradigma de tratamento da diabetes, conforme demonstrado nas últimas guidelines de tratamento da diabetes da ADA de 2021. Os vários estudos de segurança cardiovascular realizados com iSGLT2 (EMPAREG-OUTCOME, DECLARE, CANVAS e VERTIS-CV) mostraram uma redução consistente e marcada do risco de hospitalização por insuficiência cardíaca. Deste modo, colocou-se a hipótese destes fármacos poderem ser úteis no tratamento de doentes com insuficiência cardíaca, independentemente da presença de diabetes.
ENSAIO CLÍNICO E RESULTADOS
Recentemente foi publicado no New England Journal of Medicine os resultados do ensaio clínico EMPEROR-Reduced que foi testar a utilização de empagliflozina em doentes com IC com fração de ejeção reduzida (FE<40%), com e sem diabetes.
Neste estudo observou-se que a utilização de empagliflozina reduziu o risco de morte CV ou hospitalização por IC em 25% (HR: 0.75; 95% CI: 0.65 to 0.86; p<0.001), com um number needed to treat de apenas 19. Este benefício foi independente da presença ou não de diabetes. Observou-se ainda um beneficio de nefroproteção com uma atenuação significativa do declínio da taxa de filtração glomerular (-0.55 vs. -2.28 ml/min, p<0.001). O risco de efeitos laterais foi muito baixo com a utilização de empagliflozina neste grupo de doentes.
Mensagem para a prática clínica:
Os resultados deste estudo, juntam-se à evidência proveniente do estudo DAPA-HF, mostrando que a empagliflozina e a dapagliflozina devem fazer parte do tratamento fundamental de todos os doentes com IC com fração de ejeção reduzida (FE<40%), independentemente da presença de diabetes.
Caminhamos assim para que as próximas recomendações de tratamento da IC com fração de ejeção reduzida passem a incluir a utilização nestes doentes dos 4 seguintes pilares de tratamento:
Medicação modificadora de prognóstico – “Os 4 pilares de tratamento”
O artigo completo pode ser consultado em: NEJM.
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