Ensaio Clínico DELIVER – A Dapagliflozina reduz o risco de eventos cardiovasculares nos doentes com insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada
Ref: Solomon SD et al. “Dapagliflozin in Heart Failure with Mildly Reduced or Preserved Ejection Fraction.” N Engl J Med. 2022 Sep 22;387(12):1089-1098. doi: 10.1056/NEJMoa2206286
CONTEXTUALIZAÇÃO
Os inibidores de SGLT2 demonstraram benefício nos doentes com IC com FE reduzida (FE ≤ 40%), reduzindo o risco de morte cardiovascular e hospitalizações por IC. Além disso, há cerca de um ano, o ensaio clínico EMPEROR-Preserved também mostrou uma melhoria do risco de eventos cardiovasculares com a empagliflozina nos doentes com IC e FE preservada ou ligeiramente reduzida (FE > 40%).
No entanto, as opções terapêuticas para os doentes com IC com FE preservada continuam limitadas, e haviam ainda algumas dúvidas sobre os efeitos dos inibidores de SGLT2 com ICFEP com hospitalização recente e nos que tinham FE recuperada.
METODOLOGIA DO ESTUDO E RESULTADOS
O ensaio clínico DELIVER, pretendeu estudar o efeito do tratamento com dapagliflozina (versus placebo) nos doentes com IC e FE > 40%. Os doentes podiam ser incluídos em ambulatório ou durante um internamento por IC descompensada.
Foram randomizados 6 263 doentes provenientes de 350 centros localizados em 20 países diferentes para tratamento com dapagliflozina 10 mg administrada uma vez por dia ou placebo. Após cerca de dois anos de seguimento, observou-se uma diminuição de 18% no endpoint composto de morte cardiovascular ou agravamento da IC no grupo tratado com dapagliflozina (hazard ratio, 0.82; 95% confidence interval [CI], 0.73 to 0.92; P<0.001), com um number-needed-to-treat de 32. O número total de eventos de morte cardiovascular ou eventos de descompensação de IC também foi reduzida em 23% no grupo da dapagliflozina. Não houve diferenças significativas nas taxas de morte cardiovascular entre os dois grupos.
Em termos da análise de subgrupos, foram encontrados benefícios consistentes com o uso da dapagliflozina no que diz respeito aos doentes com internamento recente por IC e nos doentes com IC que tinham recuperado a FE. Não houveram diferenças relativamente a taxa de eventos adversos.
Foram randomizados 6 263 doentes provenientes de 350 centros localizados em 20 países diferentes para tratamento com dapagliflozina 10 mg administrada uma vez por dia ou placebo. Após cerca de dois anos de seguimento, observou-se uma diminuição de 18% no endpoint composto de morte cardiovascular ou agravamento da IC no grupo tratado com dapagliflozina (hazard ratio, 0.82; 95% confidence interval [CI], 0.73 to 0.92; P<0.001), com um number-needed-to-treat de 32. O número total de eventos de morte cardiovascular ou eventos de descompensação de IC também foi reduzida em 23% no grupo da dapagliflozina. Não houve diferenças significativas nas taxas de morte cardiovascular entre os dois grupos.
Em termos da análise de subgrupos, foram encontrados benefícios consistentes com o uso da dapagliflozina no que diz respeito aos doentes com internamento recente por IC e nos doentes com IC que tinham recuperado a FE. Não houveram diferenças relativamente a taxa de eventos adversos.
Mensagem para a prática clínica:
O ensaio clínico DELIVER vem demonstrar que a dapagliflozina tem um benefício clínico claro nos doentes com IC e FE preservada (FE>40%). Combinando estes dados com os resultados do ensaio clinico DAPA-HF, realizado com doentes com IC com FE reduzida (FE<40%), estes dados mostram os benefícios da sua utilização em todos os doentes com insuficiência cardíaca, independentemente do valor de fração de ejeção.
Pode concluir-se que os doentes podem tomar a medicação antihipertensora no horário que for mais conveniente, de forma a aumentar as estratégias de adesão à terapêutica.
Pode concluir-se que os doentes podem tomar a medicação antihipertensora no horário que for mais conveniente, de forma a aumentar as estratégias de adesão à terapêutica.
Pode aceder à publicação completa aqui.
MAIS ARTIGOS
CARDIOLOGIA
Ensaio Clínico DELIVER – A Dapagliflozina reduz o risco de eventos cardiovasculares nos doentes com insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada
15/11/2022CARDIOLOGIA
Ensaio Clínico TIME – A cronoterapia na hipertensão arterial não reduz o risco de eventos cardiovasculares
09/11/2022CARDIOLOGIA
Ensaio Clínico SECURE – A simplificação da medicação crónica com a estratégia de “polypill” pode reduzir a taxa de eventos cardiovasculares
02/11/2022