Ensaio Clínico SECURE – A simplificação da medicação crónica com a estratégia de “polypill” pode reduzir a taxa de eventos cardiovasculares
Ref: Castellano JM et al. “Polypill Strategy in Secondary Cardiovascular Prevention.” N Engl J Med. 2022 Sep 15;387(11):967-977. doi: 10.1056/NEJMoa2208275
CONTEXTUALIZAÇÃO
A incidência de eventos cardiovasculares recorrentes continua a ser elevada, apesar da existência de terapêutica farmacológica eficaz na prevenção secundária.
Além disso, sabemos que apenas 50% dos indivíduos medicados aderem à terapêutica prescrita após um evento cardiovascular. Em teoria, a utilização de estratégias que aumentem a adesão à terapêutica, como a polypill, podem melhorar a sobrevida destes doentes e reduzir o risco de novos eventos.


METODOLOGIA DO ESTUDO E RESULTADOS
Após um seguimento mediano de 3 anos, observou-se uma redução de 24% no risco de eventos cardiovasculares recorrentes (morte cardiovascular, EAM, AVC ou revascularização urgente) com a estratégia de polypill comparativamente ao tratamento habitual. Para além disto, demonstraram que os resultados foram consistentes em todos os subgrupos analisados e que não houve um aumento de eventos adversos na população tratada com polypill.
Os autores explicam estes resultados principalmente com base no aumento da adesão à terapêutica no grupo de doentes tratados com polypill (74% vs. 63% no grupo do tratamento habitual aos 24 meses). Curiosamente, os investigadores não encontraram diferenças significativas no controlo lipídico ou da pressão arterial com o uso de polypill comparativamente ao tratamento habitual.
Mensagem para a prática clínica:
A simplificação do esquema posológico com recurso a uma polypill pode aumentar a adesão à terapêutica e reduzir o risco de eventos cardiovasculares recorrentes em doentes após um evento cardiovascular.
Pode aceder à publicação completa aqui.
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