Ensaio Clínico TIME – A cronoterapia na hipertensão arterial não reduz o risco de eventos cardiovasculares
Ref: Mackenzie et al. “Cardiovascular outcomes in adults with hypertension with evening versus morning dosing of usual antihypertensives in the UK.” Lancet. 2022;400:1417-1425. doi: 10.1016/S0140-6736(22)01786-X.
CONTEXTUALIZAÇÃO
Sabemos que a pressão arterial noturna é um melhor preditor de eventos cardiovasculares, comparativamente com a pressão arterial diurna e há evidência que os eventos cardiovasculares são mais frequentes durante a madrugada.
Estudos prévios, como o ensaio clínico HYGIA, sugeriram que a administração dos anti-hipertensores à noite poderiam reduzir o risco de eventos cardiovasculares mas a credibilidade destes estudos foi recentemente questionada.
Estudos prévios, como o ensaio clínico HYGIA, sugeriram que a administração dos anti-hipertensores à noite poderiam reduzir o risco de eventos cardiovasculares mas a credibilidade destes estudos foi recentemente questionada.


METODOLOGIA DO ESTUDO E RESULTADOS
O ensaio clínico TIME pretendeu avaliar se existiam diferenças na incidência de eventos cardiovasculares de acordo com o horário de administração dos anti-hipertensores.
Neste ensaio clínico de grandes dimensões, foram randomizados 21.104 doentes para administração dos anti-hipertensores de manhã versus administração à noite, com um seguimento durante 3 anos. Este estudo mostrou que não haviam diferenças significativas no risco de eventos cardiovasculares entre os dois grupos de tratamento, conforme se pode ver na figura. Observou-se que os doentes que tomam a medicação de manhã tinham maior adesão à terapêutica.
Neste ensaio clínico de grandes dimensões, foram randomizados 21.104 doentes para administração dos anti-hipertensores de manhã versus administração à noite, com um seguimento durante 3 anos. Este estudo mostrou que não haviam diferenças significativas no risco de eventos cardiovasculares entre os dois grupos de tratamento, conforme se pode ver na figura. Observou-se que os doentes que tomam a medicação de manhã tinham maior adesão à terapêutica.
Mensagem para a prática clínica:
O ensaio clínico TIME veio a demonstrar que o horário em que os doentes tomam a medicação anti-hipertensora não tem influência no risco de eventos cardiovasculares, não mostrando vantagens da “cronoterapia”.
Pode concluir-se que os doentes podem tomar a medicação antihipertensora no horário que for mais conveniente, de forma a aumentar as estratégias de adesão à terapêutica.
Pode aceder à publicação completa aqui.
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