O tratamento da HTA na gravidez, mesmo da HTA ligeira, está associado a melhores resultados clínicos
Ref: Tita et al. N Engl Journal Med 2022 (in press; 4 April 2022).
DOI: 10.1056/NEJMoa2201295
CONTEXTUALIZAÇÃO
Cerca de 2% das mulheres desenvolvem HTA durante a gravidez, o que aumenta o risco de pré-eclampsia e de várias outras complicações durante a gravidez. Existe um consenso generalizado que a HTA grave durante a gravidez deve ser tratada, mas existe pouca evidência se será benéfico o tratamento anti-hipertensor nas grávidas com HTA ligeira.


METODOLOGIA DO ESTUDO E RESULTADOS
Neste estudo randomizado foram incluídas 2.408 grávidas com HTA ligeira, que receberam tratamento anti-HT se fossem incluídas no grupo de tratamento ativo. De contrário, se fossem randomizadas para o grupo de controlo, só era administrado anti-hipertensor se a PA fosse superior a >160/105 mmHg.
O protocolo de tratamento anti-hipertensor recomendava a utilização de labetalol ou de nifedipina de longa libertação como tratamento de primeira linha, ou a utilização de amlodipina ou metildopa se preferido pelo doente.
Em termos de resultados, observou-se que o grupo de grávidas que recebeu tratamento anti-hipertensor tinha uma redução de 18% do risco de complicações associadas à gravidez, sobretudo à custa de uma redução de 21% do risco de pré-eclampsia e de 13% do risco de parto pré-termo. Não foram observados riscos acrescidos do tratamento nem para a grávida nem para o bebé. O “number needed to treat” foi de 14.
Mensagem para a prática clínica:
Nas mulheres grávidas com HTA ligeira o tratamento da HTA com um objetivo de valor alvo de PA<140/90 mmHg está associado a menor risco de complicações durante a gravidez, pelo que deve ser uma estratégia recomendada na maioria das grávidas.
Pode aceder à publicação completa aqui.
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